Atendimento Pós-Trauma

               TRATAMENTO PÓS-TRAUMA ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA URBANA



Com o aumento e banalização da violência urbana nos dias de hoje, grande parte da população já vivenciou algum tipo de trauma. Não somente violência física, mas também verbal e psicológica. Apesar de vivermos num país “sem guerras” como no Oriente, estamos diariamente ouvindo falar de mortes, desastres naturais, assaltos e golpes a cada dia mais próximos de nossas casas.
Estes eventos marcam profundamente a vida dos indivíduos e daqueles que o cercam, mas como isso já se tornou algo corriqueiro muitos não procuram ajuda. Nesta área de atuação do psicólogo há uma carência de mão de obra, pois esta é uma área emergente apesar do transtorno ser muito antigo.
As primeiras tentativas de nomear este transtorno têm registros na Primeira Guerra Mundial e era chamado de “Coração de Soldado” ou Neurose de Guerra, mas com o passar do tempo este transtorno saiu dos campos de batalha e invadiu a casa de trabalhadores comuns. Todas as situações que envolvem risco de morte iminente podem causar o Transtorno de Estresse Pós Traumático.
Os sintomas principais são hipervigilância, pesadelos, insônia, evitação de situações e/ou lugares que estejam ligados a situação e revivência da cena traumática. Muitos adquirem fobias sociais e tornam-se disfuncionais.
Além de situações pessoais como assaltos, acidentes, seqüestros e luto pela morte de parentes existem diversas pessoas que trabalham em situações de risco. Principalmente gerentes, atendentes, caixas, vigilantes e outros profissionais que atuam em instituições onde haja guarda e movimentação de valores.
Este trabalho em como objetivo intervir com enfoque psicológico no tratamento pós-trauma, junto a profissionais que atuam em ambiente de risco e sofreram violência física, verbal ou psicológica. Através de técnicas psicológicas é possível auxiliar as vítimas a se expressar, desativando uma situação potencialmente explosiva através do enfrentamento de reações em curto prazo - estado de choque. Com isso, é possível aumentar dos níveis de resiliência, que é processo dinâmico que abrange uma adaptação positiva dentro de um contexto de significativa adversidade. Assim como prevenir a depressão e outras comorbidades.
            A intervenção ocorre em três etapas: o diagnóstico clínico, o processo terapêutico e a avaliação final. O tempo de duração é variável de acordo com o tipo de violência sofrida, a adaptação do paciente à técnica e o nível do impacto psicológico no indivíduo
No caso de empresas este tipo de trauma tem um impacto direto e indireto na produtividade da organização, gera ações trabalhistas pela falta de amparo psicológico, além de absenteísmo e afastamentos constantes. Por isso é imprescindível para que estes profissionais se mantenham saudáveis e funcionais criar comportamentos adaptativos para novas situações de violência, identificando mecanismos de enfrentamento para reforçar as habilidades sociais perdidas após o incidente.
           

Araiê Prado Berger de Oliveira
Psicóloga Clínica – CRP 08/16.032